A minha horta: do campo ao cabaz
Sessão de entrega de cabazes decorreu no auditório da Santa Casa da Misericórdia de Vila Pouca de Aguiar
A Santa Casa da Misericórdia de Vila Pouca de Aguiar encontra-se a finalizar o projeto “A Minha Horta”, uma iniciativa que contou com o apoio dos Prémios BPI Fundação “La Caixa” – Infância e com a colaboração da Câmara Municipal e do Agrupamento de Escolas de Vila Pouca de Aguiar.
Trata-se de uma iniciativa socioeducativa inovadora que visou proporcionar a 80 crianças dos 1º e 2º ciclos do ensino básico experiências educativas diferenciadas, através do contacto direto com a natureza e o cultivo agrícola.
Domingos Dias, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Pouca de Aguiar, explicou que “através do projeto «A Minha Horta», foram implementadas várias atividades ao longo do ano, com o objetivo de proporcionar uma experiência educativa enriquecedora para as crianças do nosso concelho. Assim, em março, realizaram a primeira sementeira, sendo que as crianças plantaram feijões em copos de iogurte e iniciaram a sementeira das primeiras leguminosas. Foi também realizada a plantação do pomar com pereiras, macieiras e um marmeleiro, assim como a plantação de diversas leguminosas na estufa.
Em abril, levaram os feijões semeados na sala de aula para a estufa. Realizaram-se suportes para ervas aromáticas e preparou-se o terreno para semear batatas, além da transferência das plantas da estufa para o terreno. As crianças realizaram placas identificativas e decoraram materiais reciclados. Em maio, continuou-se a criação de placas identificativas e fez-se a construção do espantalho com a ajuda dos idosos.
Em junho, comemorou-se o Dia Mundial da Criança, com a colheita e prova de ervilhas, além de um encontro com os idosos para troca de saberes. Plantaram-se girassóis e colheram-se batatas, alfaces, rabanetes, salsa e coentros. Realizou-se uma sessão de abertura da horta com a entrega de cabazes aos idosos da ERPI, bem como a entrega de cabazes aos beneficiários com escalação A, B e C.
Nos meses de julho e agosto, iniciaram-se sessões com os campos de férias, onde se plantou o feijão frade e se colheram as sementes de alfaces, rúcula e rabanetes. Em setembro, foi realizada uma colheita de feijões, cebolas e tomates cereja, além de um encontro intergeracional, no qual se aprendeu a encabar cebolas.
Em outubro, as crianças debulharam grãos-de-bico e feijões com os idosos, plantaram alfaces e colheram bolotas e nozes. Em novembro, plantaram-se nozes e bolotas, e fizeram-se a colheita de pimentão, sementes de girassol e milho.
Finalmente, em dezembro, foi feita a colheita de alho francês, alfaces, couves e grelos, culminando com a sessão de encerramento e entrega dos cabazes. Esta sessão permitiu às crianças oferecerem aos idosos mentores um cabaz com produtos produzidos na horta. Tratou-se, de facto, de um momento memorável, que espelhou o empenho das crianças, bem como a importância do convívio entre gerações”.
Com uma abordagem na aprendizagem prática, o projeto incluiu, pois, atividades lúdicas projetadas para promover o desenvolvimento de competências pessoais e sociais fundamentais no crescimento integral das crianças. Rita Costa, psicóloga do projeto, destacou a importância do contato com ecossistemas naturais, permitindo que as crianças adquiram conhecimentos não versados no currículo escolar, enquanto desenvolvem competências como atenção, memória e raciocínio lógico.
Luís Teixeira, engenheiro agrícola responsável pelas sessões práticas, enfatizou a diversidade da horta e destacou a utilização de práticas sustentáveis, como a reutilização de materiais para a construção de vasos e estruturas.
O projeto, inspirado no método Forest School, ofereceu um ambiente encantador para a exploração e aprendizagem, encorajando a curiosidade e a vontade de aprender.
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